O que é o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): guia completo para sua compreensão.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio neurobiológico do desenvolvimento. Atualmente, existem diferentes teorias cujo objetivo é responder à questão causal dela. No entanto, parece que não há um único fator. Assim, a relação entre o fator genético e o efeito dos elementos ambientais parece ser a chave para seu surgimento. No entanto, não está claro em que medida afetam um e outro ou os elementos específicos de cada um deles que entram em jogo. Tendo isso em mente, neste artigo, pretendemos coletar informações sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento da mesma.
Índice do conteúdo
Do que falamos quando falamos sobre autismo?
Quando falamos sobre autismo, falamos sobre o chamado Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Esse diagnóstico geralmente se manifesta nos primeiros três anos de vida. Em geral, seu aparecimento é mais frequente em homens e seus sintomas perduram ao longo da vida. No entanto, isso não significa que as pessoas que sofrem com isso não tenham os recursos para desenvolver uma vida plena e feliz.
Atualmente, o diagnóstico do TEA inclui quatro subgrupos que mencionaremos a seguir:
- Síndrome de Rett
- Transtorno Desintegrador Infantil ou Síndrome de Heller
- Síndrome de Asperger
- Transtorno invasivo do desenvolvimento, não especificado
Cada um desses diagnósticos possui aspectos diferenciados. Sua especificação tem como objetivo limitar as dificuldades e potencialidades que os afetados apresentam em cada caso.
Síndrome de Rett
Este diagnóstico, presente quase exclusivamente em meninas e mulheres, é um distúrbio neurológico caracterizado pelo desenvolvimento normal que precede a incapacidade de exercer o controle do movimento nas mãos, dificuldade para andar, retardo no crescimento do cérebro e da cabeça e sofrendo de convulsões
Transtorno Desintegrativo da Infância ou Síndrome de Heller
Os sintomas associados a este diagnóstico, tal como no anterior, aparecem tardiamente (antes dos 2 anos) e são geralmente precedidos de dificuldades no desenvolvimento da linguagem, habilidades sociais e motoras.
Síndrome de Asperger
Pessoas afetadas com esta síndrome apresentam inflexibilidade de pensamento, interesses limitados, mas apaixonados, e dificuldade em aceitar e se adaptar às mudanças, para comunicação e interação social.
Esse diagnóstico às vezes é mais comum do que o resto das síndromes mencionadas, no entanto, seus sintomas às vezes são percebidos como aspectos característicos do indivíduo. Por este motivo, existe uma tendência a pensar que muitas pessoas com Asperger não são diagnosticadas.
Transtorno invasivo do desenvolvimento, não especificado
O diagnóstico de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Não Especificado, como ocorre com outras síndromes ou transtornos psicológicos, é usado para aqueles casos em que a pessoa atende a alguns dos critérios do DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) para Transtornos Generalizados do Desenvolvimento, mas sem atender aos padrões de comportamento necessários para determiná-lo.
Fatores de risco
No momento, não existe uma teoria sólida que explique os motivos que levaram ao surgimento desse diagnóstico. No entanto, existem fatores de risco associados ao TEA que, de acordo com especialistas, podem ser genéticos ou ambientais. As pesquisas mais recentes na área buscam identificar os eventos que podem estar relacionados a esse transtorno.
- Fatores genéticos: nos últimos anos, foram identificados mais de 100 genes relacionados ao TEA, porém seu diagnóstico parece ser devido a combinações complexas de mutações genéticas. Da mesma forma, as estatísticas indicam que o maior risco está no diagnóstico de um ou mais membros da família (probabilidade de 20-60%)
- Fatores ambientais: que a idade dos pais na época da concepção é avançada, que a gestante apresenta reações imunológicas, prematuridade extrema associada ao baixo peso ao nascer, dificuldades no parto relacionadas principalmente ao oxigênio e exposição a ambientes poluídos.
É importante observar que o diagnóstico de TEA se dá pela interação de diferentes fatores e que, em nenhum caso, está relacionado a uma formação específica. Da mesma forma, é importante destacar que, ao contrário do que muitas vezes se afirma, as vacinas não produzem esse diagnóstico nem são um verdadeiro fator de risco.
Autismo
O Transtorno do Espectro do Autismo, coletado no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), tem vários sintomas fundamentais:
- Movimentos estereotipados
- Anomalias na comunicação verbal e não verbal
- Interesses e comportamento limitado
- Dificuldade para sair da rotina
- Falta de reciprocidade social e emocional
Esses sintomas podem ser visíveis em diferentes ambientes ou circunstâncias. Portanto, é um transtorno que pode ser detectado dentro da família ou nas escolas. Alguns sinais são:
- Falta de interesse em colegas (colegas)
- Falta de jogo simbólico
- Falta de contato visual, sorriso social e expressões faciais
- Linguagem literal (falta de compreensão de piadas / metáforas …)
- Evitar contato físico
- Aparecimento de interesses incomuns, recorrentes e não compartilhados
Quando devemos ir para um grupo de especialistas?
Assim como é importante reconhecer os sintomas e sinais de TEA, é aconselhável estar atento aos diversos sinais de alerta que podem levar à sua manifestação.
Até 1 ano
Falta de:
- Balbuciando
- Gestos
- Interesse em jogos simples
12-18 meses
Falta de:
- Endereço
- Imitação
- Comunicação
- Contato visual
- Interesse em jogos interativos
Dificuldade:
- Diga palavras simples
- Responder ao nome deles
- Siga as instruções visuais
Afirma:
- Resposta incomum a estímulos auditivos
2 a 3 anos
Falta de:
- Contato visual
- Comunicação espontânea
- Prazer relacional ou social
- Envolvimento em jogos compartilhados
Conhecer os sintomas do TEA nos permite fazer um diagnóstico precoce. No entanto, não é possível prevenir esse transtorno. Isso se deve à incapacidade de identificar as causas. No entanto, reconhecer o transtorno precocemente e desenvolver um programa de intervenção adequado para a pessoa é essencial para o desenvolvimento bem-sucedido de sua vida. Além disso, é aconselhável envolver a escola e a família.
É importante ressaltar, entretanto, que os pontos anteriores são indicativos e que o diagnóstico desta e de todas as doenças deve ser realizado por profissionais qualificados. Este guia serve apenas para reconhecer e familiarizar-se com o problema.
Comorbidade Quando o TEA não aparece sozinho
É muito comum que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apareça como um diagnóstico duplo, ou seja, que a pessoa que o apresenta tenha outro diagnóstico diferente. Chamamos isso de comorbidade e, neste caso, as pessoas com TEA são estatisticamente mais suscetíveis a apresentar comorbidade com esta série de dificuldades médicas:
- Irregularidades metabólicas
- Comorbidades gastrointestinais
- Doenças imunológicas
- Sensibilidade não celíaca ao glúten
- Flora bacteriana irregular
- Transtornos Convulsivos
Existe um tratamento eficaz para o TEA?
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), não possui um tratamento que elimine seus sintomas e, portanto, faça desaparecer o diagnóstico estabelecido. Ou seja, trata-se de um transtorno que acompanha as pessoas que sofrem com ele ao longo da vida.
No entanto, isso não significa que não tenham sido desenvolvidos tratamentos para minimizar alguns dos sintomas e aumentar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Isso vai variar de acordo com o tipo de TEA, seu nível de envolvimento e a idade do sujeito.
Para ajudar as pessoas que sofrem desse transtorno, tratamentos comportamentais podem ser implementados, porém, o mais eficaz é o psicoeducacional. Isso conta com o trabalho de psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, educadores sociais, etc. A sua implementação é recomendada a nível nacional e internacional quando tem por objetivo estimular as capacidades das pessoas afetadas e permitir o seu desenvolvimento pessoal e social. Seja como for, as associações de famílias afetadas por TEA demandam atendimento especializado baseado em evidências científicas. Nesse sentido, é importante enfatizar a importância dos cuidados precoces para o tratamento precoce desse transtorno.
Quando as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) entram em tratamento, o fazem com o objetivo de fazer a transição para a vida adulta com sucesso.
Em geral, adultos com esse diagnóstico são capazes de viver com autonomia na comunidade, independente do grau de envolvimento. Sua inserção na sociedade e no mundo do trabalho também é possível e efetiva. Nesse sentido, basta receber a ajuda médica e psicológica pertinente.
É verdade que há casos em que requerem um maior número de cuidados. A fim de dar-lhes um espaço seguro, centros de dia são estabelecidos para adultos com TEA, abrigos, etc. O objetivo dos diversos projetos realizados com adultos com diagnóstico de TEA é ajudá-los a construir um projeto de vida autônomo.
Adultos com TEA
Quando as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) iniciam o tratamento, elas o fazem com o objetivo de fazer a transição para a vida adulta com sucesso.
Em geral, adultos com esse diagnóstico são capazes de viver de forma independente na sociedade. Sua inserção na sociedade e no mundo do trabalho também é possível e efetiva. Nesse sentido, basta receber a ajuda médica e psicológica sempre que necessário.
O principal objetivo do tratamento psicológico de pessoas com TEA é a ajuda, para a criança se tornar um adulto independente.