Como posso ajudar meu filho ou filha com o luto?
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Perdas na infância
Embora doa, não há nada mais natural do que morrer ou perder um ente querido. Se quisermos educar crianças que podem enfrentar a vida com coragem e recursos, devemos ensiná-los a enfrentar as perdas.
Como ajudar durante o luto da infância?
Ajude-o a tornar a perda real
Para ajudar crianças e adolescentes a perceberem a perda, recomenda-se que participem dos rituais de despedida e compartilhem suas emoções com as pessoas importantes para eles.
Cada um no seu ritmo, eles percebem que o falecido ou o falecido não participam das atividades do dia a dia, às vezes se dão conta repentinamente e outras vezes parece que “não percebem nada” por um tempo.
Nos casos de doença terminal prolongada, o luto ocorre com grande antecedência, por isso também auxiliam as visitas e a participação das crianças no cuidado do doente.
Também é muito útil que o ambiente educacional seja sensível e conheça a situação, para que o aluno se sinta apoiado e compreendido, diante de todas as reações emocionais e comportamentais que possa ter.
É aconselhável que as rotinas sofram o mínimo de mudanças possíveis, os tempos de lazer e as amizades também são muito importantes.
Ajude-o a identificar suas emoções
Temos que falar sobre a morte e nomear o que sentimos para torná-la mais administrável. Isso o torna menos terrível.
Na infância, o sentimento de culpa pode aparecer por causa de sua relação com o pensamento mágico (às vezes, durante alguma raiva, eles desejaram que alguém morresse e então pensam que são os responsáveis pela morte). Isso também ocorre no caso dos adolescentes, por se encontrarem em um importante momento de independência em relação aos pais, surgem conflitos e podem vivenciar a culpa decorrente dessa situação especial de mudança de estágio.
Surge também o sentimento de vulnerabilidade em relação ao mundo e o medo de que o mesmo aconteça com outros entes queridos.
É frequente que em certas datas percebam mais o vazio e reaparecem algumas emoções, devem estar preparados para não serem apanhados desprevenidos.
Dar-lhes permissão para chorar e expressar raiva faz com que se sintam compreendidos e aceitos, reduzindo assim o desconforto.
Ajude-o a jogar
A brincadeira pode nos ajudar nesse processo, pois é um recurso que meninos e meninas utilizam naturalmente.
Podemos “brincar” para construir uma rede de memórias positivas e valorizar todo o bem que isso nos deixou.
Encontrar um lugar significativo dentro ou fora, no coração, em uma estrela, em uma árvore, no cemitério … vai te ajudar a sentir, “colocar” e lembrar
Que comportamentos nos alertam para um duelo complicado?
Embora o ser humano esteja emocionalmente equipado para os processos de luto, por ser tão natural, a verdade é que em algumas situações o luto é complicado e requer tratamento. São esses comportamentos que podem nos alertar caso se tornem muito intensos ou duradouros.
Sinais de alerta antes dos 6 anos
- Há um retrocesso nas atividades que eram realizadas de forma autônoma (eles não querem dormir sozinhos quando já dormiam …)
- Eles choram muito e de forma exagerada, são muito sensíveis.
- Eles têm muita ansiedade de separação
- Medos
- Insônia prolongada ou pesadelos recorrentes que você não tinha antes.
- Tristeza profunda
- Perda de peso significativa.
Sinais de alerta a partir dos 6 anos de idade
- Isolamento familiar e social.
- Anestesia emocional aparente: ele mal consegue expressar as emoções associadas à morte.
- Tendência exagerada de cuidar de outras pessoas.
- Sintomas persistentes de ansiedade, nervosismo e sintomas depressivos que persistem.
- Consistente mau humor e agressividade, mesmo agressões aos seus pares.
- Diminuição dramática da atividade: você não quer participar de nada.
- Problemas de concentração que se prolongam e uma diminuição drástica do rendimento escolar que se mantém ao longo do tempo.
- Medos prolongados e inadequados de sua idade.
- A ansiedade de separação que não para.
- Sintomas persistentes que não têm explicação médica: dores de cabeça, dores de estômago, vômitos, dores musculares …
Sinais de alerta na adolescência
- Irritabilidade, agressividade ou impulsividade extrema.
- Vai para quem te deu a notícia ou para o pessoal de saúde.
- Pensamentos negativos recorrentes sobre a morte.
- Comportamentos de risco: consumo de toxinas …
- Ideação ou elaboração de um plano suicida.
- Sintomas depressivos mantidos.
- Culpa
- Incapacidade de voltar às suas rotinas habituais.
- Queda significativa no desempenho acadêmico.
- Isolamento social extremo.
- Queixas somáticas relacionadas com a doença do falecido.
- Aparecimento de outros distúrbios psicológicos.
Felizmente, a grande maioria dos lutos acaba sendo resolvida sem a necessidade de ajuda externa dos recursos naturais: família, amigos … Mas se você tiver dúvidas sobre seu comportamento alerta ou achar que crianças ou adolescentes vão precisar de ajuda você deve ir a um psicólogo para orientação.